[recomendo ao leitor que começe por ler a primeira parte deste artigo]
O ecrã do meu televisor tem uma resolução de 1920x1080 pixeis, e o ecrã do meu tablet também. No entanto, um tem uma diagonal de 44 polegadas e o outro uma diagonal de 7 polegadas. Conclusão, os pixeis no meu tablet serão mais pequenos que os do meu televisor, porque cabem mais numa polegada (2.54 cm), ou seja, o meu tablet tem mais ppi (pixeis por polegada) ou dpi (dots por polegada).
Já agora, quantos?
Os velhos ecrãs com factor de forma 4:3, como eram os primitivos televisores, tinham uma propriedade interessante devida a Pitágoras: a sua diagonal seria proporcional a 5. Com a alta definição, optou-se pelo factor de forma 16:9, sendo a correspondente diagonal proporcional a (é fazer as contas) aproximadamente 18.5.
Um ecrã com diagonal de 44 polegadas terá as dimensões aproximadas de 38x21.5 polegadas, e se tiver a resolução de 1920x1080 pixeis, em cada polegada linear caberão uns 50 pixeis. É de 50 ppi.
Já no que respeita ao meu tablet, as suas 7 polegadas de diagonal correspondem às dimensões aproximadas de 6x3.5 polegadas, ou seja, para a mesma resolução, terá aproximadamente 310 ppi.
Calculando as dimensões de cada pixel, os pixeis do meu televisor serão de aproximadamente 0.5x0.5 mm, enquanto que os do meu tablet serão de aproximadamente 0.08x0.08 mm. Bem mais pequenos.
Entra no entanto aqui um factor, que é a distância a que se observa a imagem, pois o que conta efectivamente é a dimensão da imagem formada na retina, o sensor óptico humano. Como facilmente se percebe, quanto mais longe estiver a imagem, menos visíveis serão os pixeis individuais.
Um ecrã retina será um ecrã com pixeis tão pequenos que a nossa retina não os consegue distinguir individualmente, como os de certos equipamentos iPad e MacBook, por exemplo.
E a tal imagem de 2048x2048 pixeis e 72 ppi do meu Tio Francisco?
Em papel, tudo bem. Como 2048/72 são aproximadamente 28.5 polegadas, ou 70 cm, tal quer dizer que a imagem deve ser mostrada num suporte com 70x70 cm. Não ficaria muito bem, mas vista a uma distância aceitável daria o efeito pretendido. E no nosso tablet ou smartphone? Não cabe! E há duas soluções, ou encolher a imagem (opção do Facebook) ou mostrar por partes (scroll, opção do Flickr).
É por isso que eu digo que não há milagres...
Claro que ainda sobra um aspecto, a gama dinâmica, o número de bits usado para representar cada pixel. Até porque não é possível representar todas as cores do universo visível numa codificação RGB ou outra. A natureza é infinitamente mais rica.
Fica para outro dia...
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