sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Genealogia: FamilySearch

Atrevo-me a dar continuidade a uma entrada anterior sobre Genealogia, tecendo algumas considerações sobre o projecto FamilySearch.org, pela sua relevância como projecto na área da Informática, da informação automática, de enorme ambição, e colaborativo, e portanto exposto às naturais incompreensões de muitos que o usam e que idealizam capacidades factualmente inatingíveis.
O FamilySearch tem como objectivo chegar a uma árvore genealógica única, universal, partilhada entre todos os utilizadores, uns mais, outros menos cuidadosos, baseada em pessoas, documentos, e relações entre pessoas e entre pessoas e documentos, utilizando o trabalhos de voluntários, a indexação automática, e as pessoas e as anexações entre pessoas e documentos que os utilizadores vão acrescentando ao sistema. 
Um utilizador registado (é gratuito) começa por criar a sua própria árvore familiar, acrescentando familiares ou manualmente ou através de um ficheiro GEDCOM, sendo certo que a plataforma vai alertando para possíveis repetições, já que, obviamente, uma pessoa pode pertencer a múltiplas árvores familiares. Se o utilizador confirmar a coincidência proposta, as duas árvores familiares em causa são fundidas, e as famílias alargadas.
Cada pessoa tem uma ficha com os seus dados vitais, onde todas as alterações são anotadas
Dados vitais do meu bisavô João.
Os documentos nos arquivos, nomeadamente os assentos de baptismo, casamento, e óbito, são escritos por pessoas, com a letra da época, umas vezes cheios de pressa, outras não, com os nomes dos envolvidos, a que se pode acrescentar a sua localização (data, livro, página, etc).
Assento de baptismo do meu bisavô (João da Costa, digo) João, filho legítimo de José dos Santos e Maria Rita de Sousa, da aldeia de Pinheiro d'Aquem, desta freguesia de São Veríssimo de Valbom, nasceu aos vinte e seis de Novembro de mil oitocentos e quatorze anos...
A leitura automática ou manual que o FamilySearch faz/fez é muito sujeita a erros, decorrentes da letra, do estado de conservação, da experiência de quem lê, mas é sempre possível comunicar os erros.
Estes documentos podem ser anexados a pessoas (o próprio, pais, conjuge, avós paternos e maternos, etc, conforme a época e o uso), e essa tarefa é da responsabilidade dos utilizadores.
Quando se faz uma pesquisa, é-nos devolvida uma lista normalmente muito extensa de possibilidades, ordenadas por ordem decrescente da probabilidade de serem de interesse, com a indicação se é possível a visualização da fonte e/ou se estão já associadas a alguma pessoa, em alguma árvore.
Exemplo do resultado de uma pesquisa
O grande problema resulta do facto de a maior parte dos documentos paroquiais não serem disponibilizados, devido às restrições impostas pelo estado português, e ser necessária alguma imaginação para se chegar aos documentos originais, recorrendo, por exemplo, aos apontadores disponibilizados em tombo.pt.
Pessoalmente, mantenho a minha árvore genealógica noutra plataforma, no meu caso Ancestry.com,  à qual anexo todos os documentos que consigo identificar, e, neste aspecto, o FamilySearch é uma grande ajuda.

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