quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Genealogia: Primeiros Passos

Já nem me lembro quando exactamente comecei a dar os primeiros passos nesta actividade de registar e partilhar quem são os meus antepassados. Apenas sei que nunca usei papeis, folhas de cálculo, ou outros suportes pessoais, e que, desde o primeiro dia, aderi ao uso de plataformas na Web, e ainda bem que o fiz.
Os nossos antepassados não são só nossos, e se é certo que temos dois pais, quatro avós, oito bisavós, etc, um nosso antepassado pode ter centenas ou milhares de descendentes, e nada mais interessante que descobrirmos outros descendentes dos nossos avoengos e com eles partilharmos as nossas descobertas.
Em Portugal, os registos civis de nascimento, casamento e óbito iniciaram-se com a implantação da república, e, até lá, havia apenas os registos paroquiais, que se iniciaram no final do século XVI, e que agora estão à guarda dos arquivos distritais.
Há um assinalável esforço de digitalização deste enorme acervo por parte dos arquivos distritais, e hoje é possível aceder via Internet à maioria destes registos. Há muitas formas de lá chegar, mas sem dúvida que a mais prática será pela página tombo.pt, mantida por João Ventura, e que fornece apontadores para todos esses arquivos, ano a ano, distrito a distrito, concelho a concelho e freguesia a freguesia.
São milhões de páginas, algumas de fácil leitura e outras não, dependendo do estado de conservação e da letra de quem as escreveu, do uso da época, etc, mas todo um mundo de informações históricas, que vai bastante além dos simples registos familiares.
Para além dos arquivos da igreja Católica, há os registos de muitas instituições, os arquivos familiares das casas mais importantes, livros, crónicas, e uma infinidade de documentos que também estão a ser continuamente digitalizados e disponibilizados.

Primeiros passos

Alguém me falou no MyHeritage, há talvez uma dezena de anos, e decidi registar-me e começar a introduzir os dados que fui recolhendo nesta plataforma, começando pelos vivos e depois pelos já falecidos, começando pelos mais recentes.
Na altura, uma conta gratuita estava limitada a 250 pessoas, e rapidamente cheguei e esse limite, mas nunca coloquei a hipótese de ter de pagar para disponibilizar a outros os dados que recolhia com o meu trabalho.
Entretanto, já conhecia outras plataformas, e já me tinha registado no Ancestry. Também tinha ouvido falar no formato GEDCOM de importação/exportação de árvores genealógicas, e usei-o para exportar com exito a minha árvore inicial do MyHeritage para o Ancestry, que é, desde então, a plataforma onde guardo a minha árvore oficial, com todos os documentos comprovativos, fotografias, etc.
Entretanto, tudo evoluiu, desde a capacidade das plataformas até aos conceitos de colaboração e partilha, e hoje estas plataformas oferecem uma capacidade ilimitada de armazenamento de dados, cobrando apenas por alguns serviços de pesquisa.
Uma outra plataforma, Geneanet, tem igualmente tido muito sucesso, e também mantenho a minha árvore actualizada nessa plataforma, para beneficiar das sugestões que me são oferecidas.
Mapa elaborado pelo Geneanet

FamilySearch

Hoje, FamilySearch, um projecto da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, é absolutamente incontornável na pesquisa dos nossos antepassados.
Digitalizar e indexar todos os documentos disponíveis em todos os países no mundo, construir uma árvore genealógica mundial, e associar os documentos indexados a pessoas reais, vivas ou falecidas, de uma forma colaborativa, por milhões de pessoas, a maior parte das quais nem sequer compreende esta natureza colaborativa do projecto e toma por verdadeiras todas as sugestões que lhes são propostas, é um projecto gigantesco.
Continuarei esta história em próximos textos.

Outras notas de minha autoria

i) Francisco Restivo, Genealogia, em Aqui há Informática
ii) Francisco Restivo, Genealogia: FamilySearch, em Aqui há Informática
iii) Francisco Restivo, Visualizing family networks, em Medium.

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